Nada de irregular nas categorias de base do Bahia. Pelo menos é o que garante o presidente Marcelo Guimarães Filho, o Marcelinho, cobrado recentemente – por parte da imprensa e até da torcida tricolor – para dar explicações sobre as últimas negociações envolvendo jogadores revelados pelo clube.
A suspeita de um possível favorecimento na base do Bahia a uma determinada empresa – inicialmente levantada e publicada pelo jornal A Tarde – veio à tona pouco após a saída do volante Filipe, de 19 anos, vendido ao grupo do empresário português Jorge Mendes por 2,2 milhões de euros (R$ 5,72 mi).
Desta quantia, o Bahia ficou com 50% do total, e 30% foram destinados ao empresário Marcos Vinicius, que trouxe o jogador do Cruzeiro para o Fazendão. A polêmica surge por conta dos 20% restantes, que ficaram nas mãos da empresa Calcio, responsável por, segundo o clube, bancar uma viagem do time sub-21 do Bahia para disputar o Torneio Angelo Dossena, disputado na Itália em 2011 e vencido pelo Tricolor.
O delegado André Silva Garcia, dono da Calcio, chegou a admitir ao A Tarde que a sua empresa ficou com os 20% do valor simplesmente por ter ajudado o Bahia. “Ficamos com 20% de Filipe por meio de uma permuta. Financiamos a viagem e recebemos a contrapartida”. Porém, a organização do torneio garante ter se encarregado dos gastos da estadia tricolor.
Vale lembrar ainda que a Calcio já havia lucrado cerca de R$ 400 mil na venda do meia Maranhão para o Cruz Azul (MEX), no início deste ano, em outra permuta com o Bahia. O presidente tricolor, porém, nega que o clube tenha sido prejudicado.
“O Bahia não saiu perdendo [na venda de Filipe]. O Botafogo vendeu o Maicossuel e só detém 30% do atleta. O Fluminense vendeu o atleta Fabinho, lateral, na mesma operação que o Bahia e também só detinha 50% desse atleta por 1 milhão de euros, menos da metade que vendemos. Portanto, o Bahia fez um excelente negócio”, opinou Marcelo Guimarães em entrevista ao UOL Esporte
De acordo com Marcelo Guimarães Filho, existem diversas empresas que são parceiras do clube, e todas recebem o mesmo tratamento.
Investidores, agentes e procuradores existem em todos os clubes do Brasil. E nesses dois casos, Maranhão e Filipe, existe mais de uma empresa detentora de percentuais desses atletas. Ademais, em se tratando de vendas de atletas, sempre existirá quem apoie e quem não apoie. Cabe à direção do clube decidir o melhor momento para fazê-las”, acrescentou o presidente, reforçando que não há privilégio a nenhuma das empresas parceiras do clube tricolor.
“Existem 28 empresas que são parceiras do clube. Dentre elas, a Calcio. Não existe privilégio a nenhuma delas. Se existem 28 parceiras, sinal claro de que não há privilégio e sim uma concorrência acirrada. Se há problemas entre as empresas, isso não é problema do Bahia. Não há nada de irregular no clube com relação a isso”,Disse
Prestação de contas:
Outra crítica da torcida à direção do Bahia é o atraso na prestação de contas de 2011, que deveria ter sido realizada até 30 de abril. Sem citar uma data específica, Marcelo Guimarães Filho garante isso será normalizado em breve: “O mais rápido possível prestaremos conta à Assembleia Geral de Sócios, como fazemos há três anos. Inclusive já prestamos contas ao Conselho Deliberativo”
Fonte:UOL