Do título ao desespero: Bahia quebra jejum, mas termina ano no sufoco

quarta-feira

Um ano de altos e baixos. Alegria e apreensão juntas e misturadas. Preocupações, êxtase, incertezas e alívio. Assim foi 2012 para o Bahia. No segundo ano consecutivo na Série A do Campeonato Brasileiro, o Tricolor comemorou o fim de um jejum, mas não conseguiu nada além de lutar contra o rebaixamento até a última rodada.
A temporada que começou com o deslumbramento do título estadual – conquista que o Bahia não conseguia desde 2001 – terminou da mesma forma que no ano passado. Sufoco e inquietação até o último minuto. O medo de ser rebaixado e a campanha abaixo da média pela segunda vez consecutiva mancharam o ano que poderia ficar marcado como um recomeço na história de conquistas do Tricolor.


No final das contas, o alívio se torna a palavra do ano. Alívio por ter encerrado o ciclo de mais de uma década sem levantar uma taça. Alívio por acabar com a gozação do maior rival. Alívio por recuperar a hegemonia estadual. E, além de tudo, alívio por ao menos se garantir na elite do futebol brasileiro. Por mais que isso seja pouco.
No ano, o Bahia disputou 73 partidas entre Campeonato Baiano, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana. O Tricolor venceu 31, empatou 21 e perdeu 21. O ataque marcou 108 gols e a defesa sofreu 76, saldo de 32. O aproveitamento geral foi de 52%.

Base mantida e título na história

A diretoria do Bahia iniciou a temporada de maneira bem diferente dos últimos anos. Acusada de não manter a base de um ano para o outro, o clube fez diferente em 2012. Depois de se livrar do rebaixamento na penúltima rodada do ano anterior, decidiu ficar com a maior parte do elenco. Jogadores e comissão técnica terminaram um ano e iniciaram o outro no Fazendão.

Com o elenco mantido e novo fornecedor de material esportivo, o Bahia mudou o roteiro dos últimos anos no campeonato estadual. A equipe que sempre ficava atrás dos adversários na primeira fase passou a ser protagonista. Com estilo de jogo diferenciado, chamou a atenção no país por ter o melhor ataque do Brasil. Pela primeira vez desde 1994, o Tricolor foi para a decisão do Baianão com a vantagem de atuar por dois jogos com saldo de gols igual e decidindo em casa.




Bahia, Taça de Campeão (Foto: Angelo Pontes / Agência Estado)

E foi campeão com total merecimento. Foi o time que fez a melhor campanha em todo o Campeonato Baiano. Foram 26 jogos com 17 vitórias, seis empates e apenas três derrotas. Aproveitamento de 73% e nove pontos de vantagem para o segundo colocado na fase de classificação. Além disso, o melhor ataque
da competição com 61 gols marcados.

Fora da Bahia, nada de sucesso

Enquanto desfilava nos gramados da Bahia, o Esquadrão de Aço não teve o mesmo desempenho em competições nacionais e, até mesmo, internacionais. Na Copa do Brasil, eliminação do Auto Esporte no primeiro jogo da primeira fase, Remo e Portuguesa passados para trás e o tropeço para o Grêmio nas quartas de final da competição. O desejo do título nacional ficava no caminho.


Ademilson e Titi, Bahia x São Paulo (Foto: Rubens Chiri / Agência Estado) 

O Esquadrão teve a 16ª campanha do primeiro turno e a quinta da segunda metade da competição. Foi o quarto pior mandante e o sexto melhor visitante. Inconstância que gerou a preocupação do rebaixamento até a última rodada. A melhor posição da equipe baiana na tabela de classificação foi o 11º lugar. A colocação mais ocupada foi o 16º. O Tricolor esteve por 11 rodadas na entrada da zona de rebaixamento.

O ano marcou também o retorno do Bahia a uma competição internacional após 23 anos. Mas o Tricolor não foi tão internacional assim. Classificado para a fase nacional da Sul-Americana, a equipe teve o São Paulo pela frente. Perdeu em Pituaçu e no Morumbi por 2 a 0. Foi eliminado da Copa Sul-Americana sem nem ter o gostinho de viajar para fora do Brasil.
Na Série A do Campeonato Brasileiro nada de alegria.
O Bahia começou mal a competição, só venceu o primeiro jogo na quinta rodada. No primeiro turno, somou apenas 17 pontos – 13 a menos do que foi conquistado na segunda metade da competição.

- Foram 17 pontos em 19 jogos. Isso prejudicou a gente. O segundo turno nosso foi bom. Qualquer time joga partidas ruins. Mas o primeiro turno foi horrível e não poderia ter acontecido – lamentou o meia-atacante Gabriel.

O Esquadrão teve a 16ª campanha do primeiro turno e a quinta da segunda metade da competição. Foi o quarto pior mandante e o sexto melhor visitante. Inconstância que gerou a preocupação do rebaixamento até a última rodada. A melhor posição da equipe baiana na tabela de classificação foi o 11º lugar. A colocação mais ocupada foi o 16º.
 O Tricolor esteve por 11 rodadas na entrada da zona de rebaixamento.


Falta de planejamento e quarteto na beira do campo



Um dos pontos marcantes do Bahia neste ano foi a constante troca no comando técnico. Entre demissões e opções do profissional, foram quatro treinadores em 11 meses de competições. Rotatividade alta que acabou gerando prejuízos para a equipe dentro de campo.
 
Com a manutenção da base do ano passado, Joel Santana foi mantido como treinador no início da temporada. O “Papai Joel” ajudou a equipe a se livrar do rebaixamento em 2011 e iniciou o planejamento em busca do título estadual. Mas não resistiu a um chamado do Flamengo e decidiu sair.
Com a surpresa de uma saída repentina, a diretoria decidiu inovar e ousar. Paulo Roberto Falcão, que estava desempregado, foi o chamado para terminar a missão no estadual. Mudou o estilo de jogo, colocou o time para frente e encerrou o jejum de títulos. Mas sofreu com a deficiência do elenco no início do Brasileirão e foi demitido.
Na nova troca da comissão técnica, Caio Júnior foi eleito como o ideal para o momento do Bahia. No entanto, não durou muito. Após dez jogos (pouco mais de um mês), alegou problemas familiares e pediu para sair da equipe. Nem se despediu dos jogadores antes de ir embora.
Mais uma vez o inesperado tomou conta da direção. E o treinador que salvou o Bahia do rebaixamento chegou não de um planejamento e estudo do clube, mas de um momento totalmente impensável. Com a desistência de Caio Júnior, rapidamente Jorginho foi contactado e aceitou a proposta.


Por - Globoesporte.com





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