Souza voltou. Calma torcedor, ele não foi confirmado pelo técnico
Jorginho para o jogo de domingo contra o Vitória. Mas ele está de volta.
Quase dois meses depois da última entrevista coletiva, o atacante
conversou novamente com a imprensa na manhã desta terça-feira. Em quase
dez minutos de bate-papo com os jornalistas, o jogador do Bahia falou
abertamente sobre tudo o que foi perguntado. Não fugiu dos
questionamentos mais polêmicos e comentou todos os assuntos que viveu
desde a eliminação do Tricolor na Copa do Nordeste.
Desde o dia em que o Bahia deixou de disputar o torneio regional, Souza
não jogou mais. Não jogou e também não falou com a imprensa. A última
vez em que sentou na cadeira da sala de imprensa foi para reclamar dos salários atrasados e cobrar contratações. Mas, mesmo fora do time, ele não deixou de ser notícia. Foi pego em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro, machucou a panturrilha e não ficou nem no banco de reservas e, na última sexta-feira, se envolveu em uma discussão com o técnico Jorginho.
Assuntos polêmicos e que poderiam deixar qualquer jogador com o pé
atrás antes de falar com a imprensa. Não foi o que pareceu no caso de
Souza. Depois de um treino físico no Fazendão, o atacante conversou
rapidamente com o assessor de imprensa do Bahia e chegou sorridente à
sala onde estavam os jornalistas. De bom humor, cumprimentou todos,
brincou e deixou a impressão de estar renovado para voltar a brigar pela
posição de titular no ataque da equipe.
Na primeira pergunta, Souza teve que explicar os dois principais
assuntos ocorridos durante o período: a blitz da Lei Seca e a discussão
com o técnico Jorginho.
- Faz bastante tempo que não venho aqui, mas espero que possa voltar
mais vezes. Fui pego em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro. Isso é
normal e acontece com todo mundo. Sou ser humano e qualquer um pode
errar. Já recuperei, paguei a habilitação e não vou errar de novo –
afirmou o jogador.
" Estava meio desmotivado, porque aconteceu isso comigo da Lei Seca.
Acabei perdendo meu espaço no Bahia, porque estava machucado"
- Souza
Com relação ao ocorrido na última sexta-feira, o atacante repetiu o que
foi dito por Jorginho. De acordo com ele, tudo não passou de um mal
entendido.
- O episódio com Jorginho foi coisa do treinamento. Não tenho problema
nenhum com ele. Sempre que ele quis falar comigo, me chamou na sala dele
e falou. Não tenho problema com ele e nem com o grupo. Sou uma pessoa
muito querida até pelos torcedores, que sentem minha falta. Acabei
xingando o Titi, e o Jorginho achou que foi com ele. Depois do treino,
nos falamos e ele viu que foi um mal entendido – justificou.
Período de desânimo
Por tudo o que aconteceu no período entre a eliminação do Bahia na Copa
do Nordeste e a última semana, Souza revelou que chegou a pensar em
deixar de vestir a camisa tricolor.
- Me deu uma vontade muito grande de sair do Bahia, mas, a cada dia que
passa, caminhando na rua, indo no shopping, vi o torcedor me motivando e
dando força. Isso motiva bastante. Não foi por nada do Bahia, mas pelo
que aconteceu. Estava meio desmotivado, porque aconteceu isso comigo da
Lei Seca. Acabei perdendo meu espaço no Bahia, porque estava machucado,
teve mudança no time, e isso acaba mexendo um pouco com a gente. Mas
agora estou com a cabeça boa, estou motivado, e o torcedor do Bahia pode
ficar tranquilo.
Lesão diagnosticada
Quando se queixou da lesão na panturrilha, Souza já tinha perdido a
vaga de titular nos treinamentos do Bahia. A presença dele nos times
reservas, enquanto Obina treinava entre os titulares, gerou a
especulação de que a situação teria sido criada para desviar o foco da
reserva. O atacante rebateu os críticos e garantiu que realmente se
machucou.
- Quando a gente sente uma lesão aqui no clube, a primeira coisa que
faz é uma ressonância magnética. Esse exame não tem como mentir. Ele
constata a lesão que a pessoa tem. Hoje estou 100% e não sinto mais nada
– disse.
O atacante ainda aproveitou para acabar com os boatos de que não
aceitaria ficar no banco. Desde que foi contratado, em 2011, a cena só
ocorreu em três oportunidades.
- O banco não me incomoda. Em 2007, quando fui artilheiro do Flamengo, o
Obina era titular absoluto e eu cheguei lá, coloquei Obina no banco e
fui titular do Flamengo. Ele hoje é meu amigo e eu torço muito por ele.
Lógico que a gente fica chateado por querer estar sempre jogando, mas
não tem problema nenhum ficar no banco. Vou me esforçar para recuperar a
vaga – comentou.
Ausência contra o Bahia de Feira
Outro ponto comentado na entrevista coletiva foi a ausência do jogador
na última partida do Bahia pelo Campeonato Baiano. Souza chegou a ser
relacionado para o jogo contra o Bahia de Feira, mas não viajou com o
restante da delegação.
- Fiz um trabalho com bola na sexta-feira e, no sábado, treinei 20
minutos. Fui pego de surpresa com meu nome na lista de relacionados.
Então eu conversei com o doutor e falei que seria melhor ir só no
próximo jogo, porque só treinei com bola dois dias e 20 minutos do
rachão. Então conversamos e resolvemos que seria melhor ir na outra
semana. Agora eu estou 100% - garantiu.
Depois de responder sobre todos os assuntos e esclarecer as polêmicas
em que se envolveu, Souza deixou a sala de imprensa com o mesmo bom
humor que demonstrou ao entrar no local. Cumprimentou todos novamente e
fez mais uma promessa:
- Os torcedores podem ficar tranquilos que o Caveirão vai voltar - garantiu.
Por - globoesporte.com